segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

 

Pois toda essa beleza que tiveste
Vem de meu coração que é teu espelho
O meu bem é bem melhor que todo posto
Quando você pinta tinta nessa tela cinza
Quando você passa doce dessa fruta passa
Quando você entra mãe-benta molhar os pedaços
Quando você chega nega fulô boneca de pixe, flor de azeviche
Você me faz parecer menos só,menos sozinho
Você me faz parecer menos pó,menos pozinho
Quando você fala bala no meu velho oeste
Quando você dança lança flecha estilingue
Quando você olha,molha meu olho que não crê
Quando você chega mariposa morna lisa,o sangue enxarca a camisa
Você me faz parecer menos só,menos sozinho
Você me faz parecer menos pó,menos pozinho
Quando você diz o que ninguém diz
Quando você quer o que ninguém quis
Quando você usa a lousa pra que eu possa ser giz
Quando você arde ao arder a sua teia cheia de ardis
Quando você faz da minha carne triste quase feliz
Você me faz parecer menos só,menos sozinho
Você me faz parecer menos pó,menos pozinho.

Zeca Baleiro (Flor de Azerviche)


2 comentários:

  1. Lembro com tuas palavras quando eu escrevia em cadernos de escola o que estava aprisionado em minha cabeça...era onde eu desabafava o que sentia...meu melhor amigo era meu caderno pois minha caneta sempre fofocava o que eu liberava da minha cabeça.
    hj o teclado me ajuda a elaborar meu blog mais não pense que larguei minha caneta pois ela sempre será minha fofoqueira preferida.

    Parabéns você escreve muito bem.

    jhow´tro mundo

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